5.11.10
Boletim Internacional Mídia Cidadã
Boletim semanal da disciplina de Jornalismo Internacional da ECO-UFRJ, produzido exclusivamente pelos alunos. Número 07 – 05/11/2010 – 2º semestre de 2010. Acompanhe pelo twitter.com/jorninterufrj
Futuro político da Argentina fica indefinido após morte de Néstor Kirchner
Por Júlia Dias
A inesperada morte do ex-presidente argentino Néstor Kirchner, vítima de um ataque cardíaco na última quarta aos 60 anos, mexe diretamente com a política do país vizinho. Kirchner era o político mais importante da Argentina no momento e era o favorito para substituir sua mulher no cargo de presidente nas eleições do ano que vem.
Enquanto milhares de argentinos choram a morte daquele que foi o líder mais popular do país desde Perón, políticos já se articulam tentando traçar metas para a eleição de outubro de 2011.
A candidatura à reeleição da viúva de Kirchner, Cristina Kirchner, é a primeira opção do partido peronista, mas a baixa popularidade da presidente, além de dúvidas a sua capacidade de articulação sem o marido, levantam hipóteses de outros nomes surgirem.
Enquanto isso, o mercado financeiro se anima com a possibilidade do fim da política econômica anti-FMI e as ações do país subiram em média 4% um dia após a morte do ex-presidente. “A alta nas ações e títulos reflete as expectativas de uma mudança para políticas econômicas mais alinhadas ao mercado”, explica o analista econômico Roberto Drimer.
Com Reuters
Cuba culpa o EUA pela falta de medicamentos contra câncer
Por Domenica Andrade
O governo de Cuba está culpando os Estados Unidos pela falta de medicamentos na ilha, que impossibilita a alguns pacientes de câncer "prolongar a vida", atribuindo a causa ao embargo econômico imposto por Washington nos anos 1960.
O principal hospital oncológico do país, localizado na capital Havana, "não tem possibilidade alguma de utilizar placas de iodo radioativo em tratamentos nas crianças e nos adultos que sofrem com tumores retinoblastoma, pois esses medicamentos só são vendidos nos Estados Unidos", como divulgou a mídia local.
Na última terça-feira (19/10), veículos oficiais redobraram a rejeição às proibições exercidas pelo governo norte-americano. No mesmo dia, o presidente Barack Obama disse que os "Estados Unidos precisam ter uma verificação completa de que o governo cubano aprofundará trocas políticas antes de adotar novas medidas que aliviem o embargo comercial".
As autoridades da ilha não responderam à declaração, que também não foi publicada pela imprensa oficial por enquanto.
Após assumir o mandato no início do ano passado, o presidente norte-americano realizou algumas medidas favoráveis ao país caribenho. Mesmo assim, no mês de setembro, Obama renovou o bloqueio por mais um ano. Estima-se que o embargo econômico já tenha custado a Cuba aproximadamente 751.363 milhões de dólares nesses quase 50 anos.
Com Opera Mundi e Ansa Latina
Muçulmanos relatam discriminação no ambiente de trabalho
Por Juliana Mattos
Com o crescimento da tensão envolvendo muçulmanos nos Estados Unidos, alguns trabalhadores dessa religião vêm reclamando de discriminação no trabalho por serem muitas vezes chamados de "Osama" ou "terroristas".
As queixas desses trabalhadores aumentam cada vez mais. Mesmo antes, em 30 de Dezembro de 2009, quando muçulmanos apresentaram em Lower Manhattan um registro de 803 reclamações, já se tentava tomar alguma atitude contra a discriminação cada vez mais evidente contra os muçulmanos que vivem e trabalham nos Estados Unidos.
De acordo com o New York Times, o número de reclamações recebidas até Janeiro ainda não foi anunciado, mas grupos islâmicos afirmam que receberam muitas queixas recentemente, sugerindo que no ano de 2010 surgirá um novo recorde.
Especialistas em religião e discriminação no trabalho afirmam que existem muitos fatores por trás das reivindicações de discriminação. Akbar Ahmed, professor de estudos islâmicos da American University, acredita que o Islã seja um "pára raios", pois sempre que há alguma desconfiança ou antipatia a coisa vai além da religião, passando a influenciar na vida pública.
Com NY Times
Mortos pela Tsunami na Indonésia chegam a quase 300
Por Michelly Rosa
De acordo com equipes de resgate nas ilhas Mentawai na Indonésia, o número de vítimas fatais dois dias após o desastre já chega a 282. Ainda são centenas de desaparecidos.
A onda gigante provocada por um terremoto de 7,7 graus na escala Richter deixou rastros de devastação por todo o local. Forças militares da Indonésia trabalham no suprimento e no socorro aos sobreviventes.
Autoridades afirmam que possivelmente houve falha nos mecanismos de alarme da ilha e alertam que o tempo ruim deve continuar pelos próximos dias.
De acordo com testemunhas, as vítimas da Tsunami, tiveram pouco ou nenhum aviso sobre a chegada do fenômeno.
Após o terremoto que devastou a costa da índia e outros países no ano de 2004, foram instalados sofisticados equipamentos para prevenção de catástrofes semelhantes. Porém, segundo investigadores, vândalos obstruíram o equipamento.
O presidente dos Estados Unidos da América Barack Obama manifestou solidariedade às vítimas e ofereceu ajuda durante o processo de resgate na ilha.
Com BBC News
Inglesa afirma ter o cachorro mais velho do mundo
Por Thor Weglinski
A inglesa Glenice Bagley, de 69 anos, afirmou possuir o cão mais velho do mundo e quer colocá-lo no Guinness, o livro dos recordes. Bagley, motorista de van aposentada e que vive na cidade de Widnes, disse que sua cadela Sheba tem 25 anos, mais velha do que o cachorro considerado mais velho do mundo, o vira-lata Piccolo, que tem 23 e vive na Itália.
Sheba é da raça pastor alemão misturado com alsaciano e teria 178 anos na idade humana. Por meio de sua nora, Bagley conheceu e adotou a cadela, em 1988. A aposentada afirmou que o animal tem 25 mas parece ter 5 anos, já que ainda corre atrás quando vê um gato passando, anda ao lado da dona com rabo abanando e não cansa com os passeios.
Um porta-voz do Guinness afirmou que muitos afirmam ter o cão mais velho do mundo mas não têm evidências. A verificação da idade do cachorro passa pela consulta de um veterinário e coleta de dados da relação dono/animal, por meio de fotos dos anos de convivência.
Com The Sun
Brasileiras são as maiores vítimas do tráfico de mulheres na Espanha
Por Júlia Dias
Estatísticas indicam que 86% das prostitutas detidas no país no ano passado são brasileiras
Os dados apresentados pelo ministro do Interior espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba, confirmam que as brasileiras são as principais vítimas das quadrilhas de prostituição que atuam no país - das 17 grandes organizações de tráfico de pessoas desmanteladas pela polícia no período, 11 atuavam com brasileiras. As mulheres detidas foram consideradas vítimas de prostituição pela legislação espanhola, sendo o caso classificado no delito de exploração sexual, visto que a prostituição é aceita legalmente no país. Depois das brasileiras, as romenas aparecem como as mais vitimadas.
Rubalcaba ainda chamou as quadrilhas de "máfias de crime organizado" e identificou as localidades que concentram a maioria dos quase quatro mil prostíbulos que traficam mulheres: Madri, Barcelona e Valência. "Estamos falando de cifras milionárias”, acrescentou. “Entre 5% e 10% do Produto Interno Bruto do mundo provém do crime organizado. Se tudo estivesse concentrado num mesmo país, seria uma das maiores economias do planeta", afirmou o ministro.
Nos últimos 12 meses, a polícia espanhola desmantelou 561 quadrilhas, prendeu quase 6 mil pessoas e apreendeu bens em torno de R$ 650 milhões. Fontes no Ministério do Interior confirmaram que a polícia espanhola está "procurando uma cooperação maior com a Polícia Federal Brasileira com o objetivo de investigar e deter as máfias organizadas". Apesar de traficar mulheres brasileiras, a maior parte das quadrilhas é composta ou chefiada por europeus.
Com BBC Brasil
Califórnia diz “não” à legalização da maconha
Por Fernanda Mendes
Os californianos foram às urnas nesta terça-feira (2) e rejeitaram a legalização da maconha no Estado. Com 160 referendos para os eleitores votarem, a Proposta 19 foi a que gerou mais mobilização. No entanto, segundo a rede CNN, com 93% dos votos apurados, 56% dos eleitores disseram “não” à maconha legal, enquanto 46% aprovaram.
Se o plebiscito passasse, maiores de 21 anos poderiam portar até 28 gramas de maconha na Califórnia, estado mais rico dos Estados Unidos. O uso seria legalizado em local público, desde que licenciado para isso, e em local privado, além de permitir o cultivo residencial em um espaço de até 2,3 metros quadrados.
Os defensores da Proposta 19 argumentaram que a legalização da maconha liberaria a polícia para combater a criminalidade e ajudaria a combater os poderosos cartéis que traficam a droga. Além disso, permitiria ao Estado regulamentar o uso e a distribuição da maconha, lucrando com a sua tributação.
A Califórnia já havia sido pioneira no assunto quando, em 1996, votou pela legalização do cultivo e venda de maconha para fins medicinais. Desde então, 14 outros Estados seguiram o exemplo. Mesmo com a rejeição ao plebiscito, a campanha continua ganhando forças e promete voltar em 2012. Richard Lee, um dos principais defensores da Proposta 19, afirma que “o fato de milhões de californianos terem votado a favor da legalização da maconha é uma tremenda vitória. A coalizão só vai continuar a crescer em tamanho e força”.
Com BBC e CNN
Dica da semana:
Matéria da Revista Piauí, de Branca Vianna, aborda os desafios do jornalismo investigativo, que segue trilhos paralelos aos do internacional.
Redatores: Domenica Andrade, Fernanda Mendes, Júlia Dias, Juliana Mattos, Michelly Rosa e Thor Weglinski.
Editores:Erick Dau, Lívia Cunto, Marina Carvalho (PET-ECO).
Coordenadores:Prof. Mohammed ElHajji, Gustavo Barreto.
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