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20.10.10

Boletim semanal da disciplina de Jornalismo Internacional da ECO-UFRJ, produzido exclusivamente pelos alunos. Número 06 – 20/10/2010 – 2º semestre de 2010. Acompanhe pelo twitter.com/jorninterufrj

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Referendo definirá conflito entre regiões no Sudão
Por Júlia Mandil

Vinte e três partidos da região sul do Sudão se reuniram numa conferência para definir mudanças institucionais que possam ocorrer caso o referendo programado para o dia 9 de janeiro de 2011 venha confirmar a separação das regiões norte e sul. O referendo é parte do acordo de paz selado em 2005, que pôs fim a uma guerra de vinte anos entre as duas regiões, motivada por questões étnicas, religiosas e econômicas.

Representando diferentes grupos e interesses, os partidos do sul aderiram a um discurso de unidade, independentemente do resultado do referendo. A ideia é que essa união possa garantir os direitos do sul. Se ganhar independência, a região será liderada por Salva Kiir, presidente do Movimento de Liberação do Povo do Sudão, como informa o site Opera Mundi (operamundi.uol.com.br).

A disputa pela região de Abeyi, rica em petróleo, também será resolvida em um referendo, agendado para o mesmo dia de janeiro. O site do jornal americano The New York Times traz a opinião de líderes da região norte, afirmando que a disputa por Abeyi deve ter sua decisão adiada, e que os preparativos para os dois referendos estão atrasados.

O site da BBC traz declarações do polêmico presidente sudanês Omar al-Bashir, acusado de crime de guerra e genocídio no período da guerra civil, a respeito do referendo. O presidente afirmou que ele e seu partido respeitarão o resultado do referendo, mesmo que aponte para uma secessão do sul – o que Bashir não apoia. Além das declarações do presidente, o site britânico analisa o atual contexto das tensões no Sudão e traz a opinião de civis sobre o referendo.

Com Opera Mundi

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Cuba culpa o EUA pela falta de medicamentos contra câncer

Por Domenica Andrade

O governo de Cuba está culpando os Estados Unidos pela falta de medicamentos na ilha, que impossibilita a alguns pacientes de câncer "prolongar a vida", atribuindo a causa ao embargo econômico imposto por Washington nos anos 1960.

O principal hospital oncológico do país, localizado na capital Havana, "não tem possibilidade alguma de utilizar placas de iodo radioativo em tratamentos nas crianças e nos adultos que sofrem com tumores retinoblastoma, pois esses medicamentos só são vendidos nos Estados Unidos", como divulgou a mídia local.

Na última terça-feira (19/10), veículos oficiais redobraram a rejeição às proibições exercidas pelo governo norte-americano. No mesmo dia, o presidente Barack Obama disse que os "Estados Unidos precisam ter uma verificação completa de que o governo cubano aprofundará trocas políticas antes de adotar novas medidas que aliviem o embargo comercial".

As autoridades da ilha não responderam à declaração, que também não foi publicada pela imprensa oficial por enquanto.
Após assumir o mandato no início do ano passado, o presidente norte-americano realizou algumas medidas favoráveis ao país caribenho. Mesmo assim, no mês de setembro, Obama renovou o bloqueio por mais um ano. Estima-se que o embargo econômico já tenha custado a Cuba aproximadamente 751.363 milhões de dólares nesses quase 50 anos.

Com Opera Mundi e Ansa Latina

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China eleva taxas de juros e Inflação preocupa governo
Por Priscilla Daumas

A surpresa tomou conta do mercado. O Banco Popular da China anunciou que vai aumentar as taxas de juros pela primeira vez em três anos. A esperança é amortecer a inflação, que eleva os preços dos alimentos e cria ansiedade na população. Em agosto, ela atingiu 3,5%, à frente da meta do governo de 3% para o ano.

O banco central chinês disse, que elevaria, com efeito imediato, o empréstimo de referência de um ano e taxas de depósito em 0.25 pontos percentuais. Taxas de juro vão subir para 2,25% e uma taxa básica de juro vai subir para 5,56%.

Analistas consideram o aumento um sinal que Pequim está com dificuldades para gerenciar o crescimento do país. A decisão de aumentar as taxas veio após, em setembro, ocorrer um surto de empréstimos, o aumento dos preços de propriedades e indícios de que a inflação pode ter aumentado, depois do salto em agosto.

Com a medida, a China pretende, sem elevar o valor de sua moeda, evitar um superaquecimento da economia, retardar o crescimento, o crédito doméstico e incentivar os consumidores a economizar dinheiro. O yuan se mantém fraco graças a intervenções do governo. Pequim teme que uma rápida valorização prejudique o setor de importações, que emprega dezenas de milhões de trabalhadores.

Entretanto, o aumento das taxas, traz o risco de acentuar o fluxo de capital para o país e de pressionar empresas locais de propriedade do governo que fizeram grandes empréstimos a bancos chineses durante a crise, com o objetivo de financiar ambiciosos projetos de infraestrutura.

O anúncio da decisão teve efeito imediato e provocou a queda dos principais índices de Wall Street e o aumento do preço do petróleo.

(Com CNN e The New York Times. Foto Life)

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Eleições no Brasil, eleições na Bósnia
Por Patrícia Rodrigues

No mesmo dia em que os brasileiros foram às urnas, eleições também aconteceram na Bósnia. Os dois eventos, apesar de terem ocorrido na mesma data, dia 3 de outubro, e constituírem a sexta eleição consecutiva de cada um dos países citados, guardam distinções perceptivas.

No país sul-americano, a candidata Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), foi indicada pelo atual presidente Luís Inácio Lula da Silva para susceder-lhe, e liderava as pesquisas por uma margem segura de votos. A vitória de Rousseff colocaria o Brasil ao lado de outros países onde houve a quebra de barreiras de gênero e a ascensão de mulheres ao poder. No entanto, ela conseguiu somente 46 por cento dos votos e é necessário mais da metade deles para se eleger diretamente, sem a necessidade de haver segundo turno. O outro candidato mais votado, José Serra, do Partido da Social Democráta Brasileiro (PSDB), com 33 por cento, vai para a decisão da presidência com a candidata do Lula. As eleições brasileiras são descritas como uma das mais seguras e modernas do mundo, com um sistema eficiente de urnas eletrônicas, no qual a apuração é divulgada no mesmo dia. A notícia da decisão eleitoral teve destaque na imprensa internacional, e seus resultados foram acompanhados por sites como o da BBC, The New York Times, El País e Tagesschau.

Enquanto isso, os bósnios, que tentam acabar com uma crise político-econômica que perdura desde a violenta guerra interna, que arrasou o país entre 1992 e 1995, escolheram hoje seu presidente e também novos parlamentares. São eleitos 700 parlamentares e três presidentes, para representar cada um dos grupos étnico-religiosos, segundo o jornal brasileiro O Globo. No site da BBC, a matéria sobre as eleições na Bósnia descreve a escolha de pelo menos cinco presidentes, por conta da complexa constituição do país. Os novos governantes terão que lidar com um país dividido e com uma ameaça iminente de separatismo. Além disso, eles tem como importante tarefa a mudança da Constituição, que foi criada para neutralizar os conflitos durante os acordos de paz e não serve para a regência do país em si. Os eleitores, mesmo em meio ao cumprimento de deveres democráticos, são estimulados pelos partidos políticos a votarem em candidatos que sejam do seu próprio grupo étnico. Dessa forma, tudo indica para a vitória de grupos nacionalistas, que vem dominando o cenário político desde o final da guerra, em detrimento de partidos moderados e formados por várias etnias, que tem interesse em fazer reformas mais radicais.

As eleições na Bósnia e no Brasil diferiram tanto em suas características mais básicas quanto no caminho que cada um dos países parece trilhar, além disso, foram marcadas por destaques distintos na cobertura internacional. O enfoque do processo eleitoral no país latino foi em seus resultados e expectativas, enquanto com relação aos bósnios, foi valorizada a situação incomum de um país abalado por conflitos e interesses étnicos.

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Conflitos na Rússia e polêmicas sobre a russa
Por Patrícia Rodrigues

Nesta terça-feira, 19 de outubro, a invasão do Parlamento da região russa da Chechênia foi destaque em jornais no mundo todo. Rebeldes fundamentalistas invadiram o prédio, gritando slogans islamicos, detonando explosivos e disparando contra funcionários do parlamento. Seu obejtivo era tomar o edifício, que está localizado em Grozni, capital chechena. Ao menos três pessoas morreram e 17 ficaram feridas no ataque, antes que os insurgentes fossem mortos.

O site do jornal espanhol El País, de onde foi tirada a foto, enfatizou que o ataque mostra, uma vez mais a “incapacidade da Rússia de controlar o terrorismo islâmico no Cáucaso”. Enquanto isso, o New York Times destacou a contínua violência na região, recordando o atentado com um carro bomba no mês passado, que matou 16 pessoas e feriu mais de 100.

Em sites como o do jornal brasileiro O Globo e o da CNN, além do atentado na Chechênia, outro acontecimento relacionado à Rússia figurou como notícia hoje. A condecorada espiã russa, Anna Chapman, que foi expulsa dos Estados Unidos em meados deste ano e é tratada como herói nacional, chamou bastante atenção ao sair de lingerie e arma na mão na capa de uma popular revista masculina do seu país. Segundo o site sul americano, a publicação do ensaio fotográfico qualificou que Chapman “fez mais para animar o patriotismo russo do que a seleção de futebol da Rússia”.

Enquanto alguns se preocupam com os conflitos extremistas que envolvem a Rússia, outros discutem as possibilidades de Anna Chapman seguir a carreira política, virar capa da Playboy ou ter sua vida transformada em um filme de Hollywood.

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Dica da semana

Ethan Zuckerman, analista de novas mídias, usa o fenômeno "Cala Boca Galvão" para mostrar que apesar das imensas possibilidades que a internet nos oferece temos a tendência a conversar sempre com as mesmas pessoas que conversamos fora do plano virtual e só sobre assuntos que temos domínio. Vale a pena conferir o vídeo e construir novas pontes. Zucerkman também é fundador do site Global Voices que junta o melhor do jornalismo internacional a partir do ponto de vista de blogueiros do mundo inteiro.

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Redatores: Domenica Andrade, Júlia Mandil, Patrícia Rodrigues e Priscilla Daumas.
Editores: Erick Dau, Lívia Cunto e Marina Carvalho
Coordenadores:Prof. Mohammed ElHajji e Gustavo Barreto

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